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Um acidente mortal que serve de alerta a todos nós

Um acidente mortal que serve de alerta a todos nós

Por Gerson Sampaio

O verão pode se transformar em pesadelo para a família, para os amigos, e para todos nós. A afluência de publico a parques, praias, hotéis áreas de lazer enfrenta um grande risco, o choque elétrico. A análise a seguir mostra que O CHOQUE E A MORTE podem ocorrer na maioria destas áreas, pela exposição dos cabos desgastados pelo clima e pela areia.

O ACIDENTE E A MORTE:

Hotel cinco estrelas, local paradisíaco. Crianças brincam na piscina com uma bola. Esta bola é lançada para o jardim, e uma das crianças, de 11 anos, estende seu braço para fora da piscina para apanhar a bola.

Neste momento, toca sem querer numa luminária que estava a 30 cm da piscina.  A luminária está alimentada com 220 volts. Devido a um cabo de energia com falha no isolamento o choque atinge a criança, que tem morte imediata. A fatalidade interrompe uma vida plena de alegria e futuro, vitima uma família e a todos os envolvidos.

As falhas que motivaram este triste evento:

1-Uma luminária em corrente alternada nunca poderia estar á beira de uma piscina. As normas técnicas determinam o uso de sistemas isolados em 12 volts para iluminação em locais próximos a água, exatamente para evitar qualquer possibilidade de choques elétricos.

2- Esta luminária deveria ser blindada, e os cabos elétricos do tipo especial para uso em ambiente molhado.

3-O isolamento dos cabos deveria ser de tipo especial para ambiente molhado, com fitas de auto-fusão que formam um corpo isolante sem possibilidade de se desfazer com o tempo.

4- Um sistema elétrico, qualquer que seja, deveria contar com o fio terra, que permite detectarem falhas e evitar cargas perigosas.

5- Um relé de proteção DR teria desligado o circuito e sinalizado a falha.

UMA ANÁLISE TÉCNICA DO OCORRIDO:

Qualquer conexão a massas metálicas, ou mesmo a peças aparentemente isoladas pode gerar choque elétrico, pela diferença de potencial entre as partes.

O alerta é importante não só para prevenir, como para analisar os aspectos técnicos e legais, principalmente neste momento em que a legislação tende a se globalizar, respondendo os proprietários ou os responsáveis técnicos por todos os acidentes ocorridos na propriedade.

A tecnologia atual já permite projetar e construir instalações elétricas praticamente imunes a acidentes, com sistemas de aterramento e reles de proteção DDR que desligam as instalações em frações de segundo, sinalizando no caso de falhas de isolamento e identificando até mesmo os defeitos em equipamentos que podem provocar choque elétrico.

O choque elétrico é originado pelo contato do corpo humano com alguma carga elétrica, a diferença deste potencial entre pontos diferentes é tecnicamente denominada tensão, medida em Volts. As instalações elétricas utilizam as tensões de 127, 220 ou 380 volts.

Quando ocorre o choque, a Tensão no contato provoca uma Corrente Elétrica, medida em Ampéres (no caso mili ou micro Ampéres).

Não há estatísticas confiáveis sobre a ocorrência de choques elétricos no Brasil ou mesmo em nível mundial, pela falta de notificação dos envolvidos e até mesmo porque os efeitos do choque, quando há morte, são facilmente confundidos, pois o choque provoca parada cardíaca, que pode ser originada por outros fatores.

Dentre as causas destes acidentes podem ser citados erros de operação, má conservação dos equipamentos e falhas na segurança elétrica de equipamentos e instalações.

No Brasil, acredita-se em um risco elevado destes acidentes, devido a uma manutenção não adequada nos equipamentos e instalações, bem como falta de conscientização da população e dos profissionais que atuam em energia sobre a gravidade do problema.

Os efeitos causados pela passagem da corrente elétrica através do corpo humano dependem, basicamente, de cinco fatores:

1 – Intensidade da corrente (medida em ampères)

2 – Duração do choque (em segundo)

3 – Freqüência do sinal (em hertz)

4 – Densidade da corrente (em miliamperes/mm2)

5 – Caminho percorrido pela corrente (p.ex. entre braços, perna-braço,…).

2.1 – Intensidade da corrente:

Muitos estudos ainda estão sendo realizados, mas já se sabe que, ao passar através do corpo humano, a corrente elétrica causará um efeito fisiológico dependente da sua intensidade, conforme apresentado na tabela 1:

INTENSIDADE                                         EFEITO

Menor que 1 m A                    Imperceptível se aplicada

Entre 1 e 10 mA                      Limiar de percepção

Entre 10 e 30mA                      Perda do controle motor

Entre 30 e 75 mA                     Perda respiratória

Entre 75 e 250 mA                   Fibrilação ventricular

Entre 250 mA e 4A                  Contração miocárdica sustentada

Maior que 5A                           Queimadura dos tecidos

Tabela 1: Efeito fisiológico de uma corrente elétrica de 60 Hz, aplicada entre as mãos de um homem de 70 kg, por um período de 1 a 3 s.

2.2 – Duração do choque:

Existe uma relação diretamente proporcional entre a duração do choque elétrico e a probabilidade de fibrilação ventricular do indivíduo.

2.3 – Freqüência do sinal:

O tecido cardíaco e os músculos esqueléticos respondem a estímulos elétricos, o que os classifica como tecidos excitáveis. Se esses tecidos forem analisados como sistemas, apresentarão uma resposta em freqüência características, ou seja, para um mesmo nível de corrente a resposta será diferente para cada faixa de freqüência.

2.4 – Densidade da corrente:

No local de aplicação da corrente elétrica, o efeito sobre os tecidos depende da densidade de corrente, como apresentado abaixo:

Densidade de corrente                                                Efeito

Abaixo de 10 mA/ mm2                    Em geral não são observadas alterações na pele.

Entre 10 e 20 mA/mm2                     Avermelhamento da pele na região de contato.

Entre 20 e 50 mA/mm2                     Coloração marrom na pele na região de contato. no

Caso de períodos maiores que 10s são observados.

Inchamentos na região.

Acima de 50 mA/mm2                       Possibilidade de carbonização dos tecidos.

2.5 – Caminho percorrido pela corrente

Os caminhos percorridos pela corrente que passam através do coração, apresentam maior probabilidade de fibrilação ventricular.

PROTEÇÃO CONTRA CHOQUE ELÉTRICO

Para que haja um choque elétrico, basta que haja uma tensão e um caminho para a circulação da corrente (meio condutor) ligando dois ou mais pontos que estejam em potenciais diferentes. Neste sentido, até mesmo partes de um automóvel, aparelhos eletrônicos e roupas quando sob atrito podem gerar choques.

Uma geladeira, que passa a “dar choque” quando falha o isolamento do motor ou dos interruptores. O mesmo ocorre com chuveiros elétricos, com a agravante de que ate mesmo as paredes do banheiro passam a estar eletrificadas.

A solução é o uso do fio terra nas instalações, o que já é obrigatório no Brasil. Esta técnica consiste em garantir um caminho elétrico para o solo, a fim de escoar a corrente elétrica proveniente de falhas de isolamento.

Procure um engenheiro ou técnico especializado para analisar sua instalação, com pequeno investimento você dará segurança a sua família, isto é importante para todos nós.

Gerson Sampaio é Engenheiro Eletricista, Diretor da Teknergia e Diretor institucional da Abracopel Regional BA

Fonte: www.abracopel.com.br

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Marlon Pascoal

Marlon Pascoal

Instrutor de Normas Regulamentadoras
Engenheiro Eletricista/Segurança do Trabalho
Crea: 172.438/D MG

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