Em junho deste ano pesquisadores da Universidade de Colúmbia, situada nos Estados Unidos, conseguiram demonstrar que é possível construir motores que são alimentados pela evaporação da água.
Os cientistas optaram por construir um motor rotativo que impulsiona um carrinho de brinquedo e um motor-gerador que é acionado por um pistão, gerando eletricidade suficiente para acender um LED. Os dois são acionados pela umidade gerada pela evaporação de uma pequena quantidade de água.
O projeto foi desenvolvido para que a técnica inicial consiga alcançar grandes dimensões, gerando “energia verde” a partir de grandes geradores flutuantes instalados no oceano ou em represas.
O professor Ozgur Sahin, coordenador da equipe afirma que “a evaporação é uma força fundamental da natureza. Ela está em todos os lugares, e é mais potente do que outras forças, como as do vento e das ondas”. E que esse foi um dos principais motivos na hora de desenvolver a teoria.
O mecanismo
Os equipamentos não funcionam de maneira direta da água se vaporizando na atmosfera. Eles seguem um mecanismo baseado no comportamento de esporos bacterianos, que incham e se encolhem em resposta a variações na umidade. No caso desse projeto, foram usados esporos de Bacillus subtilis.
Para construir o motor flutuante a pistão, os esporos foram colados nos dois lados de uma fita plástica flexível, espaçados com perfeição, mas de forma que os esporos de um lado da fita correspondam aos espaços vazios do outro lado.
Quando o ar seca os esporos, eles encolhem, curvando a fita onde estão fixados, fazendo-a ondular e encurtar. Se um dos dois lados da fita estiver ancorado, ela puxa o que estiver preso do outro lado. Inversamente, quando o ar fica úmido, os esporos incham, fazendo a fita se distender, liberando a força e gerando o movimento de pistão.
O resultado de todo esse processo é um novo tipo de músculo artificial que é controlado alterando a umidade no seu entorno. Vários deles foram postos lado a lado no interior de um cilindro plástico e de um sistema fechado de persianas, no interior dos quais a evaporação varia a umidade do ar, movimentando os mecanismos.
Resultados
Nos experimentos feitos pela equipe, uma superfície de oito centímetros quadrados de água produziu uma média de 2 microwatts de energia, embora os pesquisadores relatem ter medido picos de até 60 microwatts.
Fazendo os cálculos, os cientistas estimam que uma versão com mais esporos e fitas com propriedades mais adequadas poderá gerar mais energia por área do que uma fazenda eólica de aerogeradores.
Que beleza seria isso, não? Vamos aguardar os avanços do projeto.
FONTE: Inovação tecnológica